Eletrobras [ELET3/6] – Balanço

Dados financeiros consolidados da Eletrobras para o 2T2024:

Receita Bruta:

• 2T24: R$ 10.280 milhões
• 2T23: R$ 11.021 milhões
• Variação (%): -6,7%

A receita bruta apresentou uma queda de 6,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Receita Operacional Líquida:

• 2T24: R$ 8.395 milhões
• 2T23: R$ 9.246 milhões
• Variação (%): -9,2%

A receita operacional líquida também registrou uma queda de 9,2% comparado ao 2T23.

Lucro Líquido:

• 2T24: R$ 1.743 milhões
• 2T23: R$ 1.619 milhões
• Variação (%): +7,6%

O lucro líquido aumentou 7,6%, indicando uma melhora na lucratividade apesar da redução na receita.

Dívida Bruta Ajustada:

• 2T24: R$ 72.034 milhões
• 2T23: R$ 57.398 milhões
• Variação (%): +25,5%

A dívida bruta ajustada teve um aumento significativo de 25,5%, refletindo possivelmente novos financiamentos ou reestruturação da dívida.

Investimentos:

• 2T24: R$ 2.000 milhões
• 2T23: R$ 1.394 milhões
• Variação (%): +43,5%

Os investimentos aumentaram 43,5%, destacando um foco em expansão e melhoria das operações, com destaque para o investimento de R$ 403 milhões no projeto Coxilha Negra.

EBITDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização):

• EBITDA IFRS:

  • 2T24: R$ 4.204 milhões
  • 2T23: R$ 5.476 milhões
  • Variação (%): -23,2%

• EBITDA Ajustado:

  • 2T24: R$ 4.204 milhões
  • 2T23: R$ 5.476 milhões
  • Variação (%): -23,2%

• EBITDA Regulatório:

  • 2T24: R$ 6.235 milhões
  • 2T23: R$ 6.599 milhões
  • Variação (%): -5,5%

• EBITDA Regulatório Recorrente:

  • 2T24: R$ 6.010 milhões
  • 2T23: R$ 5.483 milhões
  • Variação (%): +9,6%

O EBITDA IFRS apresentou uma redução de 23,2%, refletindo desafios operacionais. O EBITDA regulatório, que reflete as práticas contábeis regulatórias específicas do setor, também diminuiu, embora em menor grau (-5,5%). Entretanto, o EBITDA regulatório recorrente, que exclui itens não recorrentes, mostrou crescimento de 9,6%.

Receitas Operacionais por Segmento:

• Geração: R$ 5.828 milhões no 2T24, uma redução de 9,4% em relação ao 2T23.
• Transmissão: R$ 4.395 milhões no 2T24, uma redução de 1,7% em relação ao 2T23.
• Outros: R$ 57 milhões no 2T24, uma redução de 57,2% em relação ao 2T23.

Principais Reduções e Aumentos:

• Energia comprada para revenda: R$ 797 milhões, aumento de 24,4% em relação ao 2T23.
• Encargos sobre uso de rede elétrica: R$ 999 milhões, aumento de 23,0% em relação ao 2T23.
• Custos de construção: R$ 787 milhões, aumento de 19,9% em relação ao 2T23.

Margem EBITDA (%):

• Margem EBITDA IFRS: 52,8% no 2T24, uma redução de 18,5 pontos percentuais em relação ao 2T23.
• Margem EBITDA Ajustada: 50,1% no 2T24, uma redução de 9,1 pontos percentuais em relação ao 2T23.

Esses detalhes indicam uma redução geral na performance financeira da Eletrobras em termos de receita e EBITDA, apesar de um aumento no lucro líquido e investimentos.

Pontos positivos e negativos

Pontos Positivos:

1. Crescimento na Receita Operacional Líquida Regulatória:

   • A receita operacional líquida regulatória cresceu 9% em relação ao 2T23, atingindo R$ 9,7 bilhões. Isso reflete um avanço significativo na receita do segmento de transmissão, o que é um sinal positivo de expansão e eficiência em uma área chave para a empresa.

2. Crescimento no EBITDA Regulatório Recorrente:

   • O EBITDA regulatório recorrente apresentou um crescimento de 9,6%, chegando a R$ 6 bilhões. Esse crescimento indica uma melhoria na eficiência operacional e na capacidade de geração de caixa, mesmo diante de desafios.

3. Incorporação de Furnas:

   • A administração destacou a conclusão da incorporação de Furnas como um passo importante para simplificação da estrutura societária, com benefícios como celeridade no processo decisório, eliminação de redundâncias e racionalização de recursos.

4. Investimentos Significativos:

   • A empresa investiu R$ 2 bilhões no 2T24, um aumento de 43% em relação ao 2T23. Destaque para o investimento em Coxilha Negra (R$ 403 milhões), mostrando um forte compromisso com o crescimento e a expansão da capacidade instalada.

5. Disciplina Financeira:

   • A administração enfatizou a manutenção da disciplina financeira, com foco na eficiência operacional e na alocação de capital, além de continuar o processo de transformação cultural para se consolidar como uma empresa sustentável focada em energia limpa.

Pontos Negativos:

1. Redução na Receita Operacional Líquida:

   • A receita operacional líquida ajustada apresentou uma queda de 9,3% em relação ao 2T23. Essa redução aponta para desafios em algumas áreas de geração de receita, especialmente considerando o ambiente competitivo e as mudanças no portfólio.

2. Queda no EBITDA Ajustado:

   • O EBITDA ajustado caiu 23,2% em relação ao 2T23, refletindo uma diminuição significativa na lucratividade operacional da empresa. Essa redução é um indicativo de que, apesar do crescimento em alguns segmentos, outros enfrentaram dificuldades.

3. Redução na Receita de Geração:

   • Houve uma queda na receita de geração IFRS, principalmente devido ao não reconhecimento da receita relativa à Amazonas Energia e à alienação da UTE Candiota. Isso resultou em uma diminuição de R$ 603 milhões na receita de geração em comparação ao 2T23.

4. Aumento na Dívida Bruta:

   • A dívida bruta ajustada aumentou em 25,5%, o que pode indicar um maior endividamento para financiar investimentos ou enfrentar desafios financeiros, podendo impactar negativamente a saúde financeira da empresa a longo prazo.

5. Desafios Operacionais e Setoriais:

   • A mensagem também abordou desafios operacionais, como a baixa hidraulicidade observada em 2024 e a volatilidade nos preços de energia, o que impactou negativamente os resultados de alguns segmentos.

A administração da Eletrobras destacou uma combinação de avanços importantes, como a incorporação de Furnas e o aumento na receita regulatória, mas também enfrentou desafios significativos, incluindo a redução na lucratividade operacional e o aumento do endividamento. Esses pontos indicam uma necessidade contínua de foco na eficiência e na adaptação às condições de mercado para manter o crescimento sustentável.

Itens não recorrentes mencionados:

1. Provisões Operacionais:

• Provisões não recorrentes: Houve a contabilização de provisões não recorrentes que impactaram o resultado. Especificamente, o relatório menciona um ajuste de R$ 270 milhões relacionado a provisões operacionais no 2T24. Estes valores são relacionados a ajustes contábeis que não se repetem nos períodos subsequentes.

2. Plano de Demissão Voluntária (PDV):

• Custos com PDV: A empresa registrou custos relacionados ao Plano de Demissão Voluntária (PDV), que é um item não recorrente. No 2T24, o valor foi de R$ 11 milhões, o que reflete os gastos relacionados ao ajuste da força de trabalho da empresa.

3. Ajustes Contábeis de Receitas:

• Ajustes no Reconhecimento de Receita: No segmento de geração, houve um ajuste significativo relacionado ao não reconhecimento da receita da Amazonas Energia no valor de R$ 482 milhões, que foi provisionado. Este ajuste impactou negativamente as receitas contábeis, sendo um item não recorrente.

4. Comissões de Empréstimo Compulsório:

• Comissões não recorrentes: Foram registradas comissões não recorrentes referentes ao empréstimo compulsório, totalizando R$ 42 milhões no período.

5. Ajuste Retroativo de ICMS:

• Acréscimo de ICMS: No comparativo do 2T23, há menção a um ajuste retroativo de ICMS no valor de R$ 6 milhões, que também se trata de um item não recorrente.

Esses itens são tratados como não recorrentes porque não são esperados para períodos futuros ou estão associados a eventos específicos que não refletem a operação normal da empresa.

Conclusão:

Embora haja alguns aspectos positivos, como o crescimento na receita regulatória e os investimentos robustos, os elementos negativos, como a queda nas receitas, a redução no EBITDA e o aumento da dívida, sugerem que o balanço do segundo trimestre de 2024 é, em geral, negativo. A empresa enfrenta desafios significativos que impactaram sua lucratividade e eficiência operacional, apesar dos esforços de investimento e reestruturação. A continuidade desses desafios pode exigir ajustes estratégicos adicionais para garantir uma performance financeira mais sólida nos próximos trimestres.