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GOVERNANÇA NOS SEUS INVESTIMENTOS – PARTE 1

Seu Investimento deu errado por causa da GOVERNANÇA?
…e que bicho é esta tal de “Governança”?

Hoje venho falar de algo muitas vezes deixado para um 2o. ou 3o. plano na análise de um investimento a ser realizado. A GOVERNANÇA!

O mercado financeiro brasileiro, conhecido por sua volatilidade, tem apresentado desafios e oportunidades que testam a resiliência e a estratégia de investidores e traders,e, em meio a quedas fortes, ruídos políticos e realidade de FISCAL BAGUNÇADO , surgem os problemas de  GOVERNANÇA e que tem trazido preocupação a acionistas minoritários e majoritários.

Mas o quê?, efetivamente, quer dizer a tal da Governança tanto citada nos Releases de investimentos, e que ressurge no caso do BANCO MASTER e tantos outros que partiram para outra vida, neste ano.

Esta abordagem será criada com base numa analogia,nos colocando no lugar dos CEOs ou gestores das empresas, sigam abaixo…e profissionalizem seus investimentos.  

 

O Investidor como CEO do Próprio Patrimônio

Objetivo: Transformar a gestão de portfólio de “hobby” para “profissional” através de princípios de governança.

1. O Conceito: Por que Governança?

A maioria dos investidores foca apenas em Rentabilidade.
A Governança foca em Sobrevivência e Perenidade.

  • Sem governança: Você toma decisões emocionais, mistura contas, não sabe onde está o risco e persegue dicas (efeito manada).

  • Com governança: Você tem regras claras (mandatos), transparência nos números e responsabilidade fiduciária com o seu “eu do futuro”.

2. Pilar 1: Governança Interna (A Sua Carteira)

Como aplicar os 4 Princípios de Governança do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) na sua vida:

A. Transparência (Com você mesmo)

  • O Erro: Não saber exatamente quanto rendeu a carteira no ano ou esconder prejuízos mentais (“não vendi, não perdi”).

  • A Ação de Governança: Relatório Mensal de Performance. Obrigue-se a marcar a mercado todos os ativos uma vez por mês. O lucro real aparece quando descontamos a inflação e o IR.

B. Equidade (Tratamento justo aos ativos)

  • O Erro: Ter “ativos de estimação”. Manter uma ação perdendo fundamentos só porque “gosta da empresa”.

  • A Ação de Governança: Rebalanceamento impessoal. Se uma classe de ativos (ex: Cripto) subiu demais e estourou o % definido na política, a regra é vender e comprar o que ficou para trás, sem emoção.

C. Prestação de Contas (Accountability)

  • O Erro: Culpar o mercado, o governo ou o influenciador pelo prejuízo.

  • A Ação de Governança: Comitê de Investimentos Pessoal. A cada trimestre, sente-se (com cônjuge ou só consigo mesmo) e revise: “Eu segui minha estratégia? O erro foi de análise ou de execução?”.

D. Responsabilidade Corporativa (Sustentabilidade)

  • O Erro: Alavancagem excessiva que pode quebrar o patrimônio da família.

  • A Ação de Governança: Trava de Risco. Definir estatutariamente: “Nunca alocarei mais de X% em um único emissor de crédito privado”.

3. Pilar 2: Governança Externa (Análise de Ativos)

Aqui está o ouro para quem opera Crédito Privado (CRI/CRA/Debêntures) e Ações. 
O risco de governança é o “risco invisível” que quebra o investidor.

🚨 No Crédito Privado (CRI, CRA, Debêntures)

O investidor de renda fixa acha que tem garantia, mas a governança é a verdadeira garantia.

1. O Regime Fiduciário (Para CRI/CRA)

  • O que é: Garante que o patrimônio do CRI/CRA esteja separado do patrimônio da Securitizadora. Se a Securitizadora quebrar, seu dinheiro não entra na massa falida dela.

  • Checklist de Governança:

    • [ ] O Termo de Securitização cita explicitamente o Regime Fiduciário?

    • [ ] Há confusão patrimonial? (A securitizadora é do mesmo grupo econômico do devedor? Isso é um red flag enorme de conflito de interesses).

2. Covenants (As Travas de Segurança)

  • Analise a Escritura da Debênture ou Termo do CRI. Procure por Covenants Financeiros e Não-Financeiros.

  • Governança Forte: Existem cláusulas de Cross Default (Vencimento Antecipado Cruzado)?

    • Exemplo: Se a empresa der calote em um empréstimo bancário de R$ 10 milhões, sua debênture vence antecipadamente antes que o dinheiro acabe de vez. Sem isso, você é o último a saber que a empresa quebrou.

3. A Assembleia de Titulares

  • Risco: Emissões muito pulverizadas (milhares de investidores pequenos) têm governança fraca porque é difícil reunir quórum para aprovar execução de garantias.

  • Dica: Prefira emissões onde há “Investidores Qualificados/Profissionais” ancorando a oferta. Eles costumam brigar melhor pela execução das garantias. 

🚨 Nas Ações (Equity)

Não olhe apenas se é “Novo Mercado”. O caso Americanas provou que o selo da B3 não garante idoneidade.

1. O Conselho de Administração

  • Quem são os conselheiros? São independentes de verdade ou amigos do controlador?

  • Teste do Google: Pesquise o nome dos conselheiros + “processo CVM” ou “escândalo”. Conselhos passivos destroem valor.

2. Transações com Partes Relacionadas

  • A empresa vive comprando serviços ou imóveis de outras empresas do dono? Isso é um duto de vazamento de dinheiro do acionista minoritário para o controlador. Olhe a Nota Explicativa de “Partes Relacionadas” no balanço.

3. Tag Along

  • Para empresas fora do Novo Mercado (que possuem ações PN e ON), verifique se há Tag Along de 100% para as PNs. Sem isso, em uma venda da empresa, o controlador recebe o prêmio e você fica com as “sobras”.

“O Risco de Mercado (preço cair) nós aceitamos. O Risco de Governança (ser enganado ou desprotegido) nós evitamos.”

Checklist de Sobrevivência @investfy:

  1. Tenho um IPS (Política de Investimento) escrita?

  2. Faço reuniões de Comitê trimestrais comigo mesmo?

  3. Em Crédito Privado: Li a seção de Covenants e Garantias (não só o prospecto comercial)?

  4. Sei quem é o Devedor Final do crédito (não apenas a Securitizadora)?

“NO PROXIMO TEXTO CRIAREMOS UM IPS – Declaração Politica de Investimento”…prepare-se pois será revelador sobre quem você é no mundo dos investimentos!

Contribuidor

Escrito por RodrigoRichter

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