em

Panorama Semanal: Fed corta juros, Selic estável e dados globais

Brasil

No Brasil, a decisão de política monetária também ocorre na quarta-feira (17), mas, diferentemente dos EUA, a expectativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano. Apesar de sinais de moderação da atividade, a inflação de serviços segue bem acima do teto de tolerância e as expectativas ainda estão distantes do centro da meta, o que impede qualquer sinal de afrouxamento.

A maior atenção do mercado deve recair sobre o comunicado do Copom. O texto, que até aqui trazia a indicação de possível retomada das altas, pode ser alterado, já que o próprio presidente do Banco Central reconhece que o processo de desinflação está em curso, ainda que em ritmo lento.

Antes da decisão, outros dados movimentam a semana. Na segunda-feira, o Boletim Focus trará as expectativas de inflação até 2027, e o Banco Central divulgará o índice de atividade econômica de julho, com projeção de queda de 0,3% na base mensal. Na terça-feira, sai a taxa de desemprego do trimestre encerrado em julho, que deve recuar de 5,8% para 5,7%. Além disso, o câmbio segue no radar: a recente queda do dólar abaixo de R$ 5,40 pode acelerar a convergência das projeções de inflação de médio prazo, ainda que o quadro fiscal siga como um freio.

Estados Unidos

Após meses de pressão política de Donald Trump e da expectativa do mercado, o Federal Reserve deve retomar o ciclo de cortes de juros na quarta-feira (17). A decisão, segundo os analistas, virá em formato cauteloso: 25 pontos-base, descartando a hipótese mais agressiva de 50 pontos. A justificativa central será a perda de força do mercado de trabalho e o enfraquecimento do consumo das famílias, fatores que se sobrepõem aos riscos ainda presentes de uma inflação resistente.

Além da taxa de juros, o Fed também apresentará suas novas Projeções Econômicas. O mercado já precifica dois cortes adicionais até o fim de 2025, em linha com o documento anterior, e se divide entre dois ou três cortes para 2026, o que poderia levar a taxa a 3% ao ano. Outro ponto-chave será a atualização das expectativas de inflação, principalmente diante das tarifas impostas pelo governo Trump. Há risco de maior dispersão entre as projeções dos dirigentes, o que reforça a incerteza sobre o rumo da política monetária.

Na imagem acima a probabilidade de cortes para a reunião do dia 29 de outubro.

Na imagem acima a probabilidade de cortes para a reunião do dia 10 de dezembro.

O desafio do Fed continua sendo o equilíbrio entre os dois mandatos: estabilidade de preços e pleno emprego. Com o mercado de trabalho mostrando fragilidade crescente, esse risco pesa mais do que a inflação no curto prazo. Ainda assim, o temor de um cenário de estagflação, inflação em alta com economia fraca, permanece como pano de fundo para a atuação do banco central.

Resto do Mundo

No cenário internacional, a semana também será marcada por decisões de política monetária e indicadores relevantes. A China abre os trabalhos no domingo com dados de vendas no varejo, produção industrial e preços de imóveis de agosto. Já na Europa, a quarta-feira trará a inflação ao consumidor da zona do euro, enquanto na quinta será a vez da decisão de juros do Banco da Inglaterra.

A sexta-feira começa com o Banco do Japão definindo sua política monetária, ainda de madrugada, e termina com o Banco Popular da China revisando suas taxas de juros. Esses eventos consolidam uma semana decisiva para a leitura da trajetória global dos juros e da atividade econômica, em um momento em que as maiores economias do mundo ainda buscam calibrar a política monetária diante de cenários domésticos desafiadores.

Time Investfy

Escrito por Murilo

Amigo do clube.

Investfy crew.

AutorPrimeiro ComentárioPrimeiro LoginPrimeira contribuiçãoLeitorComentarista

O QUE VOCÊ ACHOU?

Deixe um comentário

Um comentário