Um shutdown do governo americano à meia-noite parece inevitável. O que isso significa para a Previdência Social, seguro-desemprego, IRS, mercados e mais
Os mercados de previsão estão colocando em cerca de 80% a chance de uma paralisação parcial do governo federal americano.
A falta de avanço em uma reunião muito esperada na Casa Branca com os principais líderes do Congresso “praticamente garante” que um shutdown parcial entre em vigor ainda nesta noite, segundo analistas.
Será a primeira paralisação em cerca de sete anos. Democratas e republicanos continuam em impasse sobre incluir ou não a extensão dos subsídios do Obamacare no pacote de financiamento do governo. Sem acordo, o fechamento parcial começa à meia-noite (horário de Washington).
O que é o shutdown?
Nos Estados Unidos, o governo só pode gastar dinheiro se o Congresso aprovar um orçamento ou uma resolução provisória de financiamento.
Quando não há acordo, os recursos deixam de ser liberados e vários órgãos federais precisam suspender atividades. É isso que se chama de government shutdown.
Nem todos os serviços param. Funções consideradas “essenciais” — como segurança, controle aéreo, fronteiras e hospitais — continuam operando. Mas outros setores entram em pausa até que o Congresso aprove uma nova lei de financiamento.
Impactos nos mercados
Historicamente, as bolsas americanas não sofrem quedas relevantes por conta do shutdown.
Desde 1976 já ocorreram 20 paralisações, com duração média de 8 dias. A volatilidade em títulos do Tesouro tende a aumentar, mas o S&P 500 subiu em média 4,4% nesses períodos, mostrando que outros fatores macroeconômicos têm peso maior.
Assim, o impacto econômico costuma ser limitado e, quando o governo reabre, os orçamentos são restaurados e os servidores recebem os salários atrasados.
O que continua funcionando
Benefícios sociais: aposentadorias da Previdência Social, Medicare e Medicaid continuam sendo pagos normalmente.
Serviços essenciais: militares, controle de tráfego aéreo, fronteiras, polícia e hospitais federais seguem operando.
Correios: o serviço postal dos EUA não é afetado porque é autofinanciado.
Seguro-desemprego: em geral, não sofre impacto, já que é gerido pelos estados.
O que pode parar ou atrasar
IRS (Receita Federal americana): seguirá funcionando por apenas 5 dias usando recursos extras. Depois disso, incerteza sobre processamento de declarações.
Trabalhadores federais: servidores não essenciais podem ser colocados em licença sem pagamento (furlough). Desta vez, o governo sinalizou até com demissões em alguns programas.
Relatórios econômicos: a divulgação do relatório de empregos (Payroll) seria suspensa. Esse dado é fundamental para investidores e para o Federal Reserve definir política de juros.
Parques nacionais: podem ser fechados ou funcionar sem serviços básicos, como já ocorreu em 2018-2019, quando houve acúmulo de lixo e danos em áreas protegidas.
Agências regulatórias: inspeções da Agência de Proteção Ambiental (EPA) e da FDA (alimentos e medicamentos) ficariam interrompidas.
SNAP (vale-alimentação): os benefícios estão garantidos por cerca de 30 dias. Depois disso, dependem de novo financiamento do Congresso.
Como o impasse pode ser resolvido
Segundo analistas, a saída mais provável é que os democratas aceitem negociar os subsídios do Obamacare mais adiante em troca dos votos republicanos para reabrir o governo.
Enquanto isso, a paralisação deve gerar pressão política, ruídos nos mercados e atrasos administrativos, mas sem causar colapso econômico imediato.
FONTE: MarketWatch
Murilo, sempre esticam a corda, e em determinados momentos chegam a paralisar os serviços, mas resolvem e aumentam os limites. Traz preocupações, mas no final, termina em um final feliz. O problema, que uma hora, não resolverá.
Excelente
Obgda