Dados da China, Japão, EUA e Balanços movimentam mercados

Principais eventos da semana:

– Vendas no Varejo – EUA
– Dados da China
– Balanços EUA

As duas maiores economias da Ásia, China e Japão, ganham destaque no fim de 2024. O Japão atraiu atenção com o aumento dos juros após décadas, causando volatilidade nos mercados globais. Já a China está no centro das expectativas, com possíveis ações para reverter o enfraquecimento econômico, influenciando mercados de commodities e moedas de países exportadores, como o Brasil. 

Entre 14 e 18 de outubro, uma série de dados chineses será divulgada. Investidores também acompanharão a inflação no Reino Unido e Zona do Euro, além da decisão de política monetária do Banco Central Europeu, que busca estimular a economia europeia, especialmente a alemã.

Destaques Brasil:

Os mercados nacionais devem ser impactados pelos resultados econômicos daChina, principalmente ações ligadas ao minério de ferro e ao setor siderúrgico,como Vale, CSN, Gerdau e Usiminas. 

No entanto, o foco está nas questões internas, com investidores insatisfeitos com o governo por priorizar ajuste fiscal via arrecadação em vez de corte de gastos. Sem ações concretas, o prêmio de risco eleva os juros futuros, com expectativa de Selic a 13,5%. A aprovação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central trouxe alívio, mas o mercado ainda teme interferências políticas. 

Destaque para o Boletim Focus e o IBC-Br na segunda-feira.

Destaques do mundo:

China

No Dia das Crianças e Feriado de Nossa Senhora Aparecida no Brasil, o ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, concedeu uma entrevista, na qual havia grande expectativa por anúncios de estímulos fiscais robustos para impulsionar a economia, especialmente o setor imobiliário, que enfrenta uma crise de confiança e queda nos preços dos imóveis.

Embora os mercados esperassem essas medidas, elas visavam complementar os estímulos monetários recentes. No mesmo dia, também foram divulgados os dados de inflação de setembro, que confirmaram estabilidade na inflação ao consumidor e uma intensificação da deflação nos preços ao produtor.

No domingo, os dados da balança comercial chinesa são aguardados, com previsão de desaceleração nas exportações e leve aumento nas importações, o que reduziria o superávit comercial.

 O crescimento das exportações, importante motor da economia chinesa, tem sido afetado pelas barreiras tarifárias globais, colocando em risco a meta de 5% de crescimento anual. A economia chinesa deve mostrar sinais de enfraquecimento no terceiro trimestre, com expectativas de desaceleração no PIB, apesar de projeções positivas para vendas no varejo e produção industrial. A quinta-feira trará também novos dados do setor imobiliário, que segue em queda desde agosto de 2023.

Japão

Na próxima semana, dois eventos econômicos no Japão merecem atenção. Na terça-feira, o membro do Banco do Japão, Seiiji Adachi, fará um discurso que deve abordar o forte crescimento dos gastos domésticos em agosto, que subiram 2% após uma queda de 1,7% no mês anterior. 

Esse aumento está relacionado ao crescimento dos ganhos salariais, incluindo uma alta inesperada de 2,6% no pagamento de horas extras. O discurso de Adachi deve preparar o mercado para a divulgação da inflação ao consumidor de setembro, que será conhecida na quinta-feira.

Estados Unidos

A atividade econômica, inflação, mercado de trabalho e eleiçõespresidenciais nos EUA seguem no centro das atenções. Discursos do FederalReserve e dados econômicos indicam cortes de juros, com expectativas dereduções de 25 pontos-base em novembro e dezembro, levando a taxa para4,25%-4,5%. 

As eleições presidenciais de 5 de novembro podem trazer volatilidade aomercado, especialmente em um cenário polarizado. Além disso, a temporada debalanços do 3º trimestre deve antecipar tendências econômicas. 

Na próxima semana, serão divulgados dados importantes como vendas no varejo e produção industrial, além de balanços de grandes bancos e empresas como Netflix.

Balanços EUA