Ibovespa sobe; dólar e juros avançam com cenário fiscal tenso

Rally dos Índices Enfrenta Obstáculo Antes do CPI nos EUA – Resumo do Mercado Americano
9 de dezembro de 2024

As ações caíram após um rali que colocou o mercado no caminho para seu melhor ano desde 2019, enquanto os traders aguardavam dados importantes de inflação que ajudarão a moldar a perspectiva de juros do Federal Reserve.

O S&P 500 recuou de níveis técnicos próximos à sobrecompra após uma sequência de recordes históricos. As ações da Nvidia caíram depois que a China abriu uma investigação sobre acusações de violação das leis antitruste relacionadas a um acordo de 2020. Por outro lado, ações chinesas listadas nos EUA subiram significativamente, após a liderança de Pequim usar sua linguagem mais enfática até agora para prometer flexibilização monetária e incentivo ao consumo interno.

Dados, incluindo o índice de preços ao consumidor (CPI) de quarta-feira, fornecerão aos dirigentes do Fed uma avaliação final sobre o ambiente de preços antes da reunião da próxima semana. Qualquer sinal de que o progresso no controle da inflação estagnou pode reduzir consideravelmente as chances de um terceiro corte consecutivo de juros.

Os índices apresentaram as seguintes quedas:

• S&P 500: -0,6%
• Nasdaq 100: -0,8%
• Dow Jones: -0,5%

Nos títulos, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos subiram 4 pontos-base, para 4,20%. O Bloomberg Dollar Spot Index avançou 0,1%.

Os preços do petróleo subiram após sinais da China de estímulos mais audaciosos para o próximo ano, enquanto os traders também acompanharam de perto os acontecimentos no Oriente Médio.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta de 1,00%, aos 127.210,19 pontos, impulsionado por ações de commodities após sinais de estímulos econômicos da China. O volume financeiro foi de R$ 21,3 bilhões.

Destaques positivos:

• CSN Mineração: +6,68% (R$ 5,59)
• Vale: +5,32% (R$ 59,83)
• Bradespar: +4,98% (R$ 18,35)
• Petrobras ON: +2,64% (R$ 43,22)
• Petrobras PN: +2,59% (R$ 40,04)

Bancos:

• Santander: -0,90% (R$ 25,25)
• Bradesco PN: -0,65% (R$ 12,24)
• Banco do Brasil: -0,24% (R$ 24,67)
• Bradesco ON: -0,09% (R$ 11,11)
• Itaú: +0,49% (R$ 32,86)

Maiores quedas:

• Petz: -4,51% (R$ 3,81)
• Cogna: -4,17% (R$ 1,15)
• Localiza: -3,93% (R$ 33,45)

A alta foi liderada por commodities, enquanto bancos e papéis sensíveis ao ciclo econômico sofreram com o avanço dos juros futuros.

Dólar

O dólar atingiu novos recordes frente ao real nesta segunda-feira, subindo 0,20% e fechando a R$ 6,0829, devido ao aumento do risco fiscal e expectativas de inflação desancoradas. 

A negativa do STF ao pedido de revisão das emendas parlamentares elevou a tensão entre Executivo e Congresso, ameaçando a aprovação do pacote fiscal e da reforma tributária. 

O mercado também precifica um possível aumento de 1 pp na Selic pelo Copom. A alta do dólar foi limitada por sinais de estímulos econômicos da China. No mercado internacional, o índice DXY subiu 0,10%, enquanto o dólar futuro para janeiro caiu 0,15%, cotado a R$ 6,0940.

Juros

Os juros futuros dispararam nesta segunda-feira, refletindo incertezas sobre a pauta fiscal no Congresso e piora nas expectativas de inflação. O destaque foi para o DI de janeiro de 2027, que alcançou 15,020% (de 14,690% no fechamento anterior). Confira os principais DIs:

• DI Jan/26: 14,590% (anterior: 14,360%)
• DI Jan/27: 15,020% (anterior: 14,690%)
• DI Jan/29: 14,685% (anterior: 14,375%)
• DI Jan/31: 14,350% (anterior: 14,080%)
• DI Jan/33: 14,140% (anterior: 13,900%)

A alta foi impulsionada pela decisão do STF que complicou o avanço da pauta econômica no Congresso e pelas novas projeções de inflação acima da meta no boletim Focus.