As ações dos EUA tiveram um leve ganho enquanto os traders analisavam os comentários de autoridades do Federal Reserve e viam espaço para mais flexibilização após o corte de meio ponto percentual na taxa de juros na semana passada.
O S&P 500 subiu 0,3%, ficando a um passo do recorde histórico da semana passada, à medida que autoridades do Fed refletiam sobre o caminho da política monetária. Em um sinal de que os ganhos do mercado podem estar se ampliando, uma versão ponderada igualmente do índice subiu 0,5%, fechando em um recorde. O Dow Jones Industrial Average também fechou em um recorde, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,3%.
Entre os destaques individuais, as ações da Intel subiram 3,3% após rumores de que a Apollo Global Management teria oferecido um investimento de vários bilhões de dólares na fabricante de chips. A Boeing avançou cerca de 2% após oferecer melhores condições de acordo aos trabalhadores em greve.
Dados que mostram que a atividade empresarial nos EUA permanece robusta, mesmo com o crescimento moderado, alimentaram a confiança de que a maior economia do mundo pode alcançar um pouso suave. A atividade empresarial nos EUA expandiu-se em um ritmo ligeiramente mais lento no início de setembro, segundo dados divulgados na segunda-feira, enquanto as expectativas se deterioraram e um indicador de preços recebidos atingiu o maior nível em seis meses.
Os traders estão apostando em uma redução de quase três quartos de ponto na política monetária até o final do ano, sugerindo que pelo menos mais um grande corte nas taxas de juros está por vir. Tanto Wall Street quanto os formuladores de políticas aguardam os dados de empregos para obter mais pistas sobre a direção da economia.
Dólar
O dólar à vista subiu frente ao real nesta segunda-feira, alcançando R$ 5,60 no pior momento, refletindo a desconfiança do mercado quanto à meta fiscal zero do governo e às expectativas de receita para o final do ano. A piora nas expectativas de inflação no Boletim Focus também influenciou o pessimismo. O câmbio melhorou após declarações do ministro Fernando Haddad em Nova York, que afirmou que o Brasil pode melhorar sua classificação de crédito até o final de 2025. No exterior, o dólar ganhou força frente ao euro e à libra devido a indicadores econômicos fracos na Europa, mas perdeu terreno para a libra devido à resiliência da economia do Reino Unido. O dólar à vista fechou em alta de 0,26%, a R$ 5,5353.
Juros
As taxas dos DIs de prazos mais longos subiram fortemente nesta segunda-feira, refletindo preocupações com as contas fiscais do governo Lula, enquanto os rendimentos dos Treasuries no exterior ficaram próximos da estabilidade. As taxas de curto prazo mantiveram a expectativa de uma alta de 50 pontos-base da Selic em novembro. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou em 11,025%, enquanto os vencimentos mais longos, como janeiro de 2033, chegaram a 12,55% pela manhã.
O aumento foi impulsionado por preocupações com o cenário fiscal, especialmente após o Relatório de Receitas e Despesas que destacou a necessidade de um bloqueio de 13,3 bilhões de reais no orçamento para 2024.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda criticou a percepção negativa do mercado, mas os investidores continuaram demandando mais prêmios nos DIs. Mesmo com declarações do ministro Fernando Haddad em Nova York, reafirmando o compromisso fiscal, as taxas longas permaneceram elevadas. O mercado já precifica uma alta de 50 pontos-base na Selic em novembro, com a mediana das projeções no Focus apontando para 11,50% ao final de 2024.
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a segunda-feira em queda de 0,3%, marcando seu quinto pregão consecutivo de declínio, influenciado pela deterioração da percepção fiscal no Brasil devido a ajustes na contenção de gastos pelo governo, apesar do cenário positivo nas bolsas dos EUA. O índice fechou em 130.676,19 pontos, com um volume financeiro de 17,7 bilhões de reais.