Os traders de Wall Street, se preparando para a decisão do Federal Reserve desta semana, continuaram impulsionando uma rotação fora das megacaps de tecnologia que têm alimentado o mercado de alta nas ações.
À medida que as apostas em um corte de meio ponto pelo Fed na quarta-feira aumentam, o dinheiro continua a fluir para setores economicamente sensíveis do mercado. Embora o S&P 500 tenha subido apenas levemente – a maioria de suas ações apresentou ganhos. A versão igualitária do índice – que dá à Target Corp. o mesmo peso que à Microsoft Corp. – atingiu um recorde histórico, com esperanças de que o rali se amplie.
Na véspera da decisão do Fed, estrategistas do Morgan Stanley ao Goldman Sachs e JPMorgan afirmam que o tamanho da redução é menos relevante para as ações do que a saúde da economia dos EUA.
O S&P 500 subiu 0,1%. Sua versão igualitária acrescentou 0,7%. O Nasdaq 100 caiu 0,5%. O Dow Jones Industrial Average ganhou 0,6%. Um índice das “Sete Magníficas” megacaps caiu 0,7%. O Russell 2000, que reúne pequenas empresas, subiu 0,3%.
Os bancos superaram o mercado mais amplo, com apostas de que um pouso econômico suave superaria as pressões de margem. A Apple liderou as perdas entre as grandes empresas de tecnologia, após um analista influente alertar que a demanda pelo iPhone 16 Pro tem sido menor do que o esperado.
Os rendimentos dos títulos do Tesouro de 10 anos caíram três pontos-base, para 3,62%. O dólar caiu para o nível mais baixo desde janeiro. O ouro atingiu uma máxima histórica.
Brasil
O Ibovespa (IBOV) começou a semana em alta, fechando com um ganho de 0,18%, a 135.118,22 pontos, impulsionado por fatores internos e internacionais. A semana será marcada por decisões importantes de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O mercado está atento à “Super Quarta”, quando tanto o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil quanto o Federal Reserve dos EUA anunciarão suas decisões sobre as taxas de juros.
No mercado cambial, o dólar à vista caiu 1,02%, fechando a R$ 5,5106.
O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central do Brasil, trouxe uma elevação nas projeções de inflação para 2024 e 2025, com o IPCA previsto para 4,35% neste ano e 3,95% no ano seguinte, sinalizando preocupações sobre a economia doméstica.
Em relação à taxa Selic, o mercado aguarda uma alta de 25 pontos-base, levando a taxa para 10,75% ao ano, embora haja especulações sobre um aumento de 50 pontos-base.
Entre os destaques da B3, as ações da Azul (AZUL4) subiram mais de 15% com o anúncio de que a empresa está negociando a substituição de parte de sua dívida por participação societária. Petrobras (PETR4;PETR3) também teve alta, impulsionada pela elevação de sua recomendação pelo Itaú BBA. Lojas Renner (LREN3) foi outra que se destacou, após o BTG Pactual revisar o preço-alvo das ações.
Na ponta negativa, Embraer (EMBR3) liderou as perdas após a conclusão dos procedimentos de arbitragem com a Boeing, com o valor do acordo ficando abaixo das expectativas do mercado. As ações da Vale (VALE3) também caíram, impactadas pela baixa no preço do minério de ferro, que fechou em queda em Cingapura, a US$ 91,75 a tonelada.
O minério de ferro completou 11 dias abaixo da referência de mercado de US$ 100 por tonelada, refletindo a desaceleração da demanda global, especialmente com o feriado na China.