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Minerva está ruim mesmo?

Olá Clube investfy! 

Hoje vamos atualizar a visão sobre Minerva, ou BEEF3, a qual haviamos escrito faz algum tempo por aqui: Minerva (Beef3) – A única empresa ruim entre as Frigoríficas? – Investfy

A Minerva segue consolidada como a maior exportadora de carne bovina da América do Sul, com presença em sete países e operações que abrangem toda a cadeia de valor: abate, processamento e distribuição. A estratégia de diversificação geográfica continua sendo um dos principais pilares do negócio, permitindo arbitragem entre mercados e mitigação de riscos.

1. Como a empresa ganha dinheiro?

O modelo integrado da Minerva permanece robusto. A companhia opera 43 plantas de abate e desossa e 3 unidades de processados, distribuídas pelo Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Austrália e Chile. A exportação segue como DNA da empresa: no 3T25, 61% da receita bruta veio do mercado externo, com destaque para Ásia (China liderando com 17% da receita), NAFTA (25%) e Américas (24%). Essa diversificação garante flexibilidade operacional e capacidade de capturar oportunidades em diferentes regiões.

2. Números e comparação com pares

No 3T25, a Minerva apresentou receita líquida recorde de R$ 15,5 bilhões, crescimento de 82,5% ano contra ano, e EBITDA de R$ 1,4 bilhão, com margem de 8,9%. No acumulado dos últimos 12 meses, o EBITDA ajustado atingiu R$ 4,7 bilhões, reforçando a resiliência do modelo de negócios.

A alavancagem líquida caiu para 2,5x Dívida Líquida/EBITDA, menor nível desde 2022, após forte geração de caixa livre de R$ 2,5 bilhões no trimestre. A posição de caixa encerrou em R$ 14,9 bilhões, garantindo conforto para amortizações até 2030.

  • EV/EBITDA da Minerva segue atrativo frente ao histórico do setor (múltiplo implícito da aquisição dos novos ativos foi 4,4x, abaixo da média histórica de 5-5,5x).
  • Endividamento controlado e diluição de SG&A para 9,3% da receita líquida, menor patamar desde 2021.

3. Gatilhos para aumento de lucro

  • Integração dos novos ativos: concluída antes do prazo, com sinergias já materializadas. O 4T25 será o primeiro trimestre totalmente normalizado.
  • Cenário global favorável: restrição de oferta nos EUA e Europa deve sustentar preços elevados e demanda por exportações sul-americanas.
  • Expansão da quota argentina para EUA e abertura de novos mercados.

4. Riscos e ameaças

  • Volatilidade do ciclo pecuário: alta do preço do gado pode pressionar margens.
  • Risco regulatório e geopolítico: salvaguardas na China ou mudanças tarifárias nos EUA.
  • Oscilações cambiais: apesar da política de hedge, variações abruptas podem impactar resultados financeiros.

5. Estimativa e tese

Com a integração concluída e sinergias em curso, a Minerva entra em um novo patamar operacional. A estratégia de diversificação geográfica e disciplina financeira reforça a capacidade de geração de caixa e desalavancagem. O preço atual das ações, indica que parte do mercado ainda carrega percepção negativa da aquisição, mas os números do 3T25 mostram que o movimento foi acertado

6-Linha do Tempo – Próximos 12 meses

  • 4T25: Primeiro trimestre com novos ativos totalmente normalizados; expectativa de EBITDA robusto e geração de caixa livre.
  • 1T26: Discussão sobre política de dividendos após fechamento do balanço anual.
  • 1S26: Continuidade da captura de sinergias e potencial anúncio de novas iniciativas ESG.
  • Ao longo de 2026: Monitoramento da demanda chinesa e evolução das cotas de exportação para EUA; possível avanço em projetos de carbono e energia renovável.

Conclusão

A Minerva demonstra resiliência e capacidade de execução em um cenário global desafiador. A integração antecipada dos ativos e a disciplina financeira reforçam a tese de que a empresa está posicionada para capturar valor no longo prazo, mesmo diante da volatilidade do setor.

O início do pagamento de dividendos em 2026 tem potencial para ser um ótimo catalisador para valorização das ações da empresa.

Entrei no case logo após a forte queda das ações na sequência da divulgação dos resultados do 3Tri25 e pretendo seguir ao longo de 2026.

Forte abraço!

Rodrigo Silveira.

Contribuidor

Escrito por Rodrigo Silveira

Executivo com mais de 20 anos de experiência profissional nos segmentos de Tecnologia, Automotivo, e Alimentício em empresas como BMW, Amazon, Nestlé e Microsoft. Engenheiro Mecânico com MBA em gestão de Negócios e Value Investing, invisto em ações desde 2016 com viés fundamentalista e buscando assimetrias de longo prazo.

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