O meu primeiro passo como trader: o ESTUDO! – Parte 1

Bom, primeiramente, prazer!

Me chamo Matheus Gaspareto Monteiro, tenho 24 anos – se não o sócio mais novo do clube, um dos rs… – e, há quase 7 meses atrás, larguei tudo para viver dos meus trades.

Sou graduado em Administração Pública, pela UNESP de Araraquara, possuo formação e aprovação no CEA – Certificado ANBIMA de Especialista em Investimentos, e após tempos como Planejador Financeiro especializado em PF, decidi tomar essa decisão a qual supracitei a vocês; e tomei a liberdade de contar um pouco sobre essa trajetória.

Porém, não quero especificamente falar sobre o meu dia a dia ou sobre minhas experiências de sucesso/fracasso, para ser sincero; afinal podem ser consideradas poucas, apesar de intensas. Idealizo com este artigo abordar um ponto crucial – na minha visão – quando estamos buscando sucesso na vida: os estudos. De forma mais específica, “COMO estudar da maneira correta”, algo que ao longo dos anos aprendi e, ademais, identifiquei como escasso em grande parte das pessoas. Mas, por consequência, tomarei e citarei alguns exemplos pessoais desse “first step” que dei.

Já ressalto, de antemão, que “a maneira correta” não existe, é claro; reconheço isso e sei que cada um sabe – ou deveria saber – o que mais funciona para si mesmo. Ou seja, trago apenas tópicos e argumentos frutos do que EU considero “correto” referente ao tema. Todavia, alguns pontos como “constância e rotina de estudo tenderem a ter maior efetividade na fixação do conhecimento” são cientificamente comprovados; e não podemos ignorá-los.

Creio válido pontuar que optei por dividir o artigo em tópicos, visando facilitar a compreensão da leitura.

Feitas as considerações, vamos ao que interessa!

Estudar da forma correta abrange muito mais do que o “operacional” ou o conteúdo por si só; envolve uma questão de rotina, timing, objetivos, identificação e produtividade. Portanto, ao decorrer irei abordar alguns pontos-chaves que creio serem de maior relevância.

Ademais, queria fazer uma analogia entre estudo e trade já visando fortificar meu argumento da importância de estudar corretamente. Quando vamos entrar em uma operação, idealmente pelo menos, e por mais que haja adaptações enquanto o pregão está aberto, já temos pré-definido em nosso operacional: i) quando entrar na operação (momento de mercado); ii) qual papel operar e o porquê (conteúdo); iii) como entrar na operação, que talvez seja a parte mais “trabalhosa/complexa” (qual TF, a partir de qual análise etc.); e iv) quando sair da operação (definição de stop gain e stop loss). Ao meu entendimento – e é o que gostaria de mostrar a vocês – nos estudos também se faz necessário entendermos esses 4 pontos; quando começar, o que estudar, como estudar e quando parar.

Isso é extremamente importante em quase tudo que vamos fazer na vida, na realidade; esse mapeamento nos ajuda a controlar expectativas e psicológico, fazer simulações de resultados (nesse caso financeiro), nos preparar para cenários contra ou a favor etc. Logo, vou usar dessa analogia ao longo do texto para explicar esses 4 pontos dentro do estudo.

Neste primeiro artigo, inclusive, vou me atentar aos dois primeiros tópicos: quando começar a estudar e o que estudar; de certa forma os dois mais simples. Em um segundo momento – provavelmente semana que vem – trago os outros dois, a depender do feedback do clube também rs…

1. QUANDO COMEÇAR A ESTUDAR

Como eu já comentei, não há uma regra geral para nada, mas, aqui as pessoas não costumam ter problemas. Apesar de o estudo ser uma variável constante, geralmente nós começamos a estudar quando queremos: a) aprender algo novo; b) aperfeiçoar algo que já estamos fazendo, tirando dúvidas ou “indo mais a fundo” em algum assunto. Nos trades, não vejo muita diferença. No começo meu dia a dia era basicamente “estudar, estudar e estudar…”; e não acho que novos traders devam fugir disso, para ser sincero. A partir do momento em que ganhava conhecimento, da mesma forma tentava-o aplicar, fosse em operações SIMULADAS (pelo Profit, no caso), pois vejo essa necessidade enquanto ainda trilhando esse início – ou apenas trocando ideia com meu pai, que está comigo – aliás, foi quem me incentivou – nessa jornada.

Ainda mais dentro da Investfy, onde somos positivamente bombardeados de conhecimento 24/7, temos um leque gigantesco de conteúdos os quais podemos começar a estudar; leitura de fluxo com o Pondian, SMC e foco em futuros com o Filipe da Mata, análise técnica com o Victor Branco, e por aí vai. Mas, percebi que só conseguia “abrir uma caixinha quando fechava a outra”, e acredito que esse seja o timing ideal de começar uma “língua” nova – afinal estão todos falando a mesma frase, mas em idiomas diferentes. Essa decisão de “qual caixinha abrir”, inclusive, nos leva ao próximo tópico do texto.

2. QUAL CONTEÚDO ESTUDAR

Este ponto, por sua vez, a meu ver, já costuma gerar algumas barreiras aos traders iniciantes – gerou a mim. Isso pois, muitas vezes, optamos por seguir um caminho o qual não necessariamente é o nosso “estilo” de trade; vou explicar melhor, tomando meu caso como exemplo. No começo eu saí “devorando” todo e qualquer conteúdo relacionado à análise técnica, achando que era “a minha cara” e que operaria a partir disso. Da mesma forma, comecei a estudar muito sobre o setor financeiro, também com a mesma ilusão. O resultado foi o de que, no primeiro mês, formulei vários setups de operação – obviamente rasos e básicos ainda – os quais eu mesmo não gostava de operar; fosse por disponibilidade de tempo, confiança etc. Hoje, de forma confiante, nada ansiosa e financeiramente perfeita ao meu bolso, todas as minhas operações são em WINFUT e WDOFUT com base em SMC.

O que eu quero concluir com vocês, portanto, é que essa questão de IDENTIFICAÇÃO com os trades – seja em relação aos ativos ou à forma de operar – deve existir. Não confundam: não estou dizendo que não devemos aprender sobre todos os temas, papéis etc. O que quero dizer – aliás não só eu, como muitos profissionais, inclusive do clube – é que, pensando em assertividade, traders precisam voltar seus estudos a algo mais específico, enxuto; poucos papéis, poucas formas de trabalhar etc. Essa sensação de “poderia estar fazendo mais”, a qual constantemente tive inclusive, será compensada ao longo do tempo; querer aprender tudo de uma vez achando que te trará dinheiro, NÃO dará resultados. Portanto – mesmo que sim, você erre algumas vezes antes de se identificar com algo, e está tudo bem, é claro – foque em aperfeiçoar a QUALIDADE do que você aprendeu e se identificou.

No fim das contas, o objetivo de todos é fazer dinheiro, seja para viver disso ou não. Portanto, o que você quer é que o trade dê certo, e nada mais; e para isso é necessário que cada vez mais você entenda como trabalhar suas operações, em quaisquer cenários, te trazendo uma alta porcentagem de acertos e PRODUTIVIDADE no dia a dia; conceito importante que faz gancho com o que abordarei na segunda parte do artigo, que trarei a vocês fim semana que vem – ou até ao longo da semana –, como havia comentado.

Antes de finalizar, todavia, gostaria apenas de ressaltar algo importante, que à primeira vista foge do tema, mas que na realidade possui uma forte correlação com o que venho abordando, e que, particularmente, me fez uma diferença GRITANTE, sendo hoje indispensável ao sucesso dos meus trades: meu bem-estar. Okay, é clichê, mas você que não faz, já tentou fazer?

Coisas como uma alimentação saudável, uma rotina de sono – a qual eu ainda venho tentando melhorar – e de trabalho decente, algum tipo de exercício físico e de lazer, são imprescindíveis. Claro que isso não é uma opinião minha, mas um fato, e não se aplica ao mundo de investimentos/trades exclusivamente; mas, pessoalmente o que posso garantir é: seu sucesso depende disso também. Quantos debates não temos sobre mentalidade e psicologia dentro dos trades? Quantos casos de pessoas não vemos perdendo a cabeça, ou até perdendo muito/todo seu dinheiro por falta de psicológico etc.?

Portanto, SE CUIDEM, por favor. Reitero, vai fazer diferença!

Espero que, por agora, tenham gostado do que tenho a dizer. Ressaltando, sei que foge da tecnicidade mais comum dos artigos do clube. Mas, ainda acho de extrema valia o tema em questão. 

Fiquem à vontade – e devem, inclusive – para fazer críticas/comentar o que acharam e, por enquanto, um abraço e boa semana a todos!