O que envolve o novo investimento da Petrobras na Rnest?
O contrato prevê a implantação de três novas unidades industriais: Coqueamento Retardado, Hidrotratamento de Diesel S10 e Destilação Atmosférica.
Com a conclusão das obras, a capacidade instalada da refinaria deve dobrar de 130 mil para 260 mil barris de petróleo por dia.
O projeto faz parte do Plano de Negócios 2025-2029 da Petrobras e reflete a estratégia de expansão do parque de refino, considerada prioritária pela companhia.
Segundo a estatal, o investimento passou por rigorosa avaliação de viabilidade econômica e seguiu todos os processos internos de governança.
Como está a situação financeira e operacional da Petrobras em 2024?
Após anos de resultados recordes, a Petrobras enfrenta queda nas receitas e lucros em 2024, com estimativas de receita líquida de R$ 490,83 bilhões e lucro líquido de R$ 37,01 bilhões.
A margem líquida prevista recua para 7,54%, nível semelhante ao de períodos desafiadores do passado recente.
O retorno sobre o patrimônio (ROE) projetado é de 10,07%, distante dos patamares acima de 30% registrados em 2021 e 2022.
A liquidez corrente estimada em 0,69 aponta pressão sobre a capacidade de pagamento de obrigações de curto prazo, enquanto a dívida líquida volta a crescer, alcançando R$ 326,82 bilhões.
Quais são os principais desafios e riscos da expansão do refino?
A retomada de projetos de grande porte, como o Trem 2 da Rnest, sinaliza mudança de foco da Petrobras para crescimento e aumento da autossuficiência em combustíveis.
O cenário de margens mais baixas, aumento do endividamento e deterioração dos indicadores de liquidez traz riscos adicionais para o caixa e a estrutura de capital.
A volatilidade dos preços do petróleo, margens de refino e fatores externos como mudanças regulatórias e interferências políticas podem impactar os resultados.
O histórico de oscilações financeiras da empresa reforça a necessidade de rigor na execução e controle financeiro.
Quais as perspectivas para a Petrobras com a duplicação da Rnest?
A aposta na expansão do refino pode fortalecer a posição da Petrobras no mercado interno e aumentar a geração de valor na cadeia do petróleo.
Se entregue nos prazos e custos previstos, a duplicação da Rnest tem potencial para melhorar a geração de caixa e os resultados futuros da empresa.
O sucesso depende do controle dos riscos de execução, do endividamento e da disciplina financeira, pontos críticos diante das projeções para 2024.
O equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade financeira será decisivo para o futuro da Petrobras.