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Suzano Eleva Lucro e Receita, mas Alavancagem Preocupa

Resultados financeiros da Suzano em 2025: crescimento e volatilidade

A Suzano registrou receita líquida de R$ 11,55 bilhões no 1º trimestre de 2025, um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionada pela valorização do dólar, expansão no mercado dos EUA e crescimento nos volumes vendidos de celulose e papel.

O EBITDA ajustado alcançou R$ 4,87 bilhões, com avanço de 7% na comparação anual e margem de 42%. O lucro líquido foi de R$ 6,35 bilhões, revertendo o prejuízo do final de 2024 e superando em muito o resultado do 1T24.

Cerca de 81% da receita da Suzano veio de exportações, demonstrando alta exposição ao mercado externo e à volatilidade cambial.

A geração de caixa operacional somou R$ 2,63 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, mas queda expressiva em relação ao trimestre imediatamente anterior, principalmente devido ao menor EBITDA e maiores pagamentos de juros.

Estrutura de capital e endividamento: desafios e liquidez

A relação dívida líquida/EBITDA ajustado ficou em 3,1x em reais e 3,0x em dólares, mostrando redução frente ao trimestre anterior, mas aumento no comparativo anual.

A dívida líquida atingiu R$ 74,2 bilhões e a dívida bruta somou R$ 91 bilhões, sendo 96% de longo prazo e 80% em moeda estrangeira.

O caixa robusto de R$ 16,8 bilhões, somado a linhas de crédito, garante liquidez imediata de R$ 24,2 bilhões, proporcionando segurança financeira em um cenário de volatilidade.

Desempenho por segmento: celulose e papel

O segmento de celulose vendeu 2,65 milhões de toneladas no trimestre, alta de 10% em relação ao 1T24, mas queda de 19% frente ao 4T24. O preço médio em dólar caiu 10% em um ano, reduzindo a margem bruta de 41% para 34%.

No segmento de papel, houve aumento de 25% nos volumes vendidos e de 40% na receita líquida anual, ainda que a margem bruta tenha recuado de 37% para 31% e o EBITDA ajustado tenha diminuído.

Mesmo diante de sazonalidade negativa, o segmento de papel conseguiu elevar preços, mostrando resiliência diante das adversidades do mercado.

Principais riscos e contexto do mercado de celulose

O início de 2025 foi marcado por alta volatilidade no mercado internacional de celulose, com restrições de oferta temporárias elevando preços, seguidas por incertezas macroeconômicas e recomposição de estoques, o que pressionou volumes e preços.

A Suzano enfrenta desafios estruturais, como volatilidade cambial, já que parte significativa da dívida é em dólar, além de custos de produção, energia e logística que tendem a pressionar margens em períodos de queda nos preços internacionais.

O aumento da alavancagem, impulsionado por investimentos e oscilações cambiais, elevou a relação dívida líquida/EBITDA, enquanto o retorno sobre patrimônio (ROE) caiu de 31,4% positivos para -21,7% em 2024, refletindo o impacto do ciclo negativo para acionistas.

Estratégia, inovação e sustentabilidade na Suzano

A Suzano aposta na expansão internacional e diversificação, com destaque para a integração da Suzano Packaging US e a aquisição dos ativos de tissue da Kimberly Clark.

O portfólio de embalagens sustentáveis avançou, alinhando-se às tendências globais de ESG. Aproximadamente 45% da dívida está atrelada a instrumentos sustentáveis.

Em fevereiro, a empresa captou US$ 1,2 bilhão em Sustainability Linked Loan, reforçando o compromisso com metas ambientais.

Desempenho das ações SUZB3 e participação no mercado de capitais

A ação SUZB3 encerrou o trimestre cotada a R$ 52,94, registrando queda de 18% em 12 meses.

O valor de mercado da Suzano ficou em R$ 65,6 bilhões, com free float de 49% e presença relevante de investidores estrangeiros.

A volatilidade das ações reflete o cenário desafiador global e as incertezas do setor de papel e celulose.

Perspectivas para a Suzano: pontos de atenção para investidores

A Suzano segue líder global, com vantagens competitivas em escala, integração vertical e eficiência operacional, mas o ciclo de resultados deve continuar volátil devido à natureza do setor.

A sólida geração de caixa e estrutura de capital robusta conferem resiliência, mas a recuperação dos preços internacionais da celulose, o controle do endividamento e a estabilidade cambial serão decisivos para o desempenho futuro.

A atenção ao ritmo de desalavancagem, à evolução dos custos e à capacidade de adaptação às mudanças do mercado global será fundamental para sustentar resultados e gerar valor aos acionistas nos próximos trimestres.

Time Investfy

Escrito por Investfy

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