Mercados reagem a Trump, dólar cai e Ibovespa sobe

Primeiro dia de Trump – Resumo do Mercado dos EUA
20 de janeiro de 2025

Wall Street respirou aliviada após Donald Trump adiar a imposição de tarifas específicas contra a China em seu primeiro dia no cargo, impulsionando os futuros de ações nos EUA e causando queda do dólar.

Afastando-se de uma guerra comercial total, Trump planeja emitir um amplo memorando que orienta as agências federais a estudar as políticas comerciais existentes e as relações com China, Canadá e México, informou o Wall Street Journal nesta segunda-feira.

Após ser empossado, o presidente prometeu assinar uma série de ordens executivas, incluindo uma que declara emergência nacional na fronteira entre os EUA e o México. No entanto, a ação executiva não incluirá novas tarifas sobre os três maiores parceiros comerciais dos EUA neste momento.

Os sinais de que o presidente pode adotar, por ora, uma abordagem menos protecionista são positivos para empresas multinacionais que dependem do comércio transfronteiriço, dando-lhes tempo para ajustar preços e mitigar qualquer impacto sobre as margens de lucro.

Os contratos do S&P 500 subiram 0,4%, enquanto Wall Street permaneceu fechada nesta segunda-feira devido a um feriado. Um índice do dólar americano caiu cerca de 1%, ampliando a retração em relação ao pico de 13 meses alcançado no início de janeiro.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta moderada de 0,41%, aos 122.855,15 pontos, em um dia de liquidez reduzida devido ao feriado de Martin Luther King Jr. nos EUA, que limitou a referência de Nova York. O alívio nos juros futuros, impulsionado pela ausência de detalhes sobre tarifas no discurso de posse de Donald Trump, beneficiou ativos sensíveis ao ciclo econômico. O volume financeiro foi de R$ 11,5 bilhões.

Destaques de alta:

• Braskem: +8,45% (R$ 13,74) – maior alta do dia, com anúncio de novos projetos.
• Assaí: +4,81% (R$ 6,10)
• Yduqs: +3,61% (R$ 8,89)
• Azzas: +3,46% (R$ 31,37)
• Petrobras ON: +0,72% (R$ 41,90)
• Petrobras PN: +0,24% (R$ 37,29)

Destaques de baixa:

• Cosan: -6,83% (R$ 7,64) – maior queda do dia.
• Brava Energia: -6,43% (R$ 23,71)
• Raízen: -5,39% (R$ 1,93)

Bancos no azul:

• Itaú: +0,96% (R$ 32,66)
• Bradesco ON: +0,75% (R$ 10,73)
• Santander: +0,44% (R$ 24,97)
• Bradesco PN: +0,35% (R$ 11,63)
• Banco do Brasil: +0,32% (R$ 25,43)

Outros destaques:

• Vale: -0,37% (R$ 54,29).

Dólar e o efeito Trump

O dólar recuou globalmente nesta segunda-feira, influenciado pela ausência de anúncios imediatos de tarifas comerciais por parte de Donald Trump, que em seu discurso de posse reiterou a intenção de impor tarifas para “enriquecer os americanos”. Antes mesmo da posse, o dólar já operava em queda devido a rumores de um memorando orientando análises das relações comerciais dos EUA com a China e países da América.

No Brasil, a queda foi mais modesta, mesmo com o Banco Central injetando US$ 2 bilhões no mercado via leilão de linha. O dólar à vista fechou com baixa de 0,39%, a R$ 6,0421, enquanto o dólar futuro para fevereiro recuava 0,56%, a R$ 6,0530. No exterior, o índice DXY caiu 1,17%, com destaque para as altas do euro (+1,41%), libra (+1,34%) e queda do dólar frente a moedas emergentes como o peso mexicano (-1,35%) e o peso colombiano (-0,84%).

Juros

Os juros futuros recuaram nesta segunda-feira, acompanhando a queda global do dólar e a ausência de novidades políticas relevantes, em um dia de baixa liquidez devido ao feriado de Martin Luther King nos EUA. O alívio veio após Trump não anunciar tarifas sobre produtos importados, influenciando positivamente o câmbio e as taxas futuras. 

No cenário doméstico, a reunião ministerial no Planalto não trouxe decisões sobre a reforma ministerial, e o ministro Rui Costa afirmou que o presidente Lula pode realizar mudanças a qualquer momento. Apesar disso, os DIs esboçaram alta pela manhã devido à piora nas projeções do boletim Focus, com aumentos nas medianas do IPCA para 2025 e 2026.

Destaques dos DIs no fechamento:

• Jan/26: 14,925% (de 14,965% no fechamento anterior)
• Jan/27: 15,130% (de 15,250%)
• Jan/29: 15,015% (de 15,190%)
• Jan/31: 15,030% (de 15,160%)
• Jan/33: 14,970% (de 15,080%)