Murilo 
Startup chinesa de IA derruba líder do setor e ações ao redor do mundo – Resumo do Mercado dos EUA
27 de janeiro de 2025
Wall Street teve um início de semana ruim, com preocupações de que um modelo de inteligência artificial de baixo custo da startup chinesa DeepSeek tornaria difícil justificar as altas valorizações da tecnologia que impulsionou o mercado em alta.
As ações caíram de Nova York a Londres e Tóquio. Apesar do declínio ocorrer após uma subida histórica, o tombo de segunda-feira foi precipitado pelo surgimento do mais recente modelo de IA da DeepSeek, que alcançou o topo da App Store da Apple. O S&P 500 despencou 1,5%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 3%. Um índice amplamente respeitado de fabricantes de chips teve a maior queda desde março de 2020. A Nvidia, considerada a protagonista da febre da IA, caiu 17%, registrando a maior perda de valor de mercado para uma única ação na história.
Na busca por segurança, indústrias defensivas, como bens de consumo básicos e saúde, tiveram alta. Os títulos do Tesouro dos EUA se valorizaram, levando as taxas de juros ao menor nível do ano. Moedas de refúgio, como o iene e o franco suíço, subiram. Por outro lado, o mercado de criptomoedas sofreu pressão.
O tombo de segunda-feira desmantelou uma narrativa de mercado que prevalecia desde a reeleição de Donald Trump em novembro: um otimismo hiperbolicamente alimentado pela tecnologia e pela política “América em primeiro lugar”, sustentado por desregulamentações, cortes de impostos e até mesmo patrocínio governamental a investimentos em IA. Os rendimentos dos títulos do Tesouro caíram dramaticamente, à medida que investidores em busca de segurança deixaram de lado, por ora, as preocupações de que as políticas do presidente reeleito impulsionariam a inflação.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,97%, aos 124.861,50 pontos, impulsionado pelo apetite por risco e alívio nos juros futuros, com um volume financeiro de R$ 22,9 bilhões, abaixo da média diária de dezembro (R$ 30,037 bilhões). A alta foi liderada por ações de grandes empresas como Petrobras, Vale e bancos.
Destaques de ações em alta:
- Magazine Luiza: +10,05% (R$ 7,01)
- Minerva: +9,91% (R$ 4,88)
- Assaí: +7,64% (R$ 6,62)
- Banco do Brasil: +4,09% (R$ 27,71)
- Bradesco ON: +2,69% (R$ 10,70)
- Bradesco PN: +2,48% (R$ 11,58)
- Itaú: +2,40% (R$ 33,24)
- Santander: +1,05% (R$ 25,10)
- Petrobras ON: +1,11% (R$ 41,08)
- Petrobras PN: +1,47% (R$ 37,18)
- Vale: +1,75% (R$ 53,96)
Ações em baixa:
- Weg: -7,88% (R$ 53,31)
- Embraer: -2,97% (R$ 59,16)
- RD Saúde: -0,38% (R$ 20,70)
Dólar
O real se valorizou frente ao dólar nesta segunda-feira, contrariando outras moedas emergentes. Esse movimento foi impulsionado por fluxo positivo para a bolsa brasileira e renda fixa, com investidores aproveitando o “carry trade” favorecido pela Selic a 14,25% até março, enquanto o Fed mantém juros nos EUA.
Lá fora, o dólar avançou contra os pesos mexicano e colombiano após ameaças de tarifas de Donald Trump a esses países. O dólar à vista caiu 0,09%, fechando a R$ 5,9133, enquanto o dólar futuro para fevereiro recuou 0,26%, para R$ 5,9020. O índice DXY também caiu 0,07%.
Juros
Os juros futuros encerraram a segunda-feira de forma mista, com quedas nas taxas médias e longas, seguindo o recuo dos Treasuries em meio à aversão ao risco devido à desvalorização de ações de tecnologia após a startup chinesa DeepSeek gerar dúvidas sobre investimentos em IA.
As taxas curtas permaneceram estáveis, refletindo a piora das expectativas de inflação no boletim Focus, que indicou alta no IPCA projetado para 2025 (de 5,08% para 5,50%) e 2026 (de 4,10% para 4,22%).
O mercado aguarda a reunião do Copom na quarta-feira, com expectativa de aumento da Selic para 13,25% ao ano. No fechamento, o DI de janeiro de 2026 ficou em 15,135%, enquanto os vencimentos de 2027 a 2033 também registraram leves quedas nas taxas.
Destaques dos DIs:
- DI janeiro/2026: 15,135% (anterior: 15,140%)
- DI janeiro/2027: 15,335% (anterior: 15,375%)
- DI janeiro/2029: 15,075% (anterior: 15,150%)
- DI janeiro/2031: 15,010% (anterior: 15,100%)
- DI janeiro/2033: 14,950% (anterior: 15,020%)
Petróleo
O petróleo fechou em baixa nesta segunda-feira devido a dados preliminares fracos do PMI industrial na China, aumentando as incertezas sobre a demanda no país.
O mercado também foi influenciado pelo mau humor em Wall Street, após notícias de um modelo de IA chinês menos intensivo em consumo de energia, e pelas declarações de Donald Trump pedindo à Opep que reduza os preços do petróleo.
Apesar disso, fontes indicam que a Opep manterá sua política de oferta. O Brent para abril caiu 1,77%, fechando a US$ 76,18, e o WTI para março recuou 2,00%, encerrando a US$ 73,17.
