3 de outubro de 2024
Como Israel Retaliará? – Resumo do Mercado dos EUA
As ações dos EUA oscilaram enquanto os traders avaliavam a perspectiva de um conflito crescente no Oriente Médio contra os dados econômicos positivos. O petróleo e o dólar continuaram avançando.
O S&P 500 e o Nasdaq 100 encerraram o dia ligeiramente em queda após oscilarem entre pequenos ganhos e perdas durante a maior parte da manhã.
O clima em Wall Street azedou após comentários confusos do Presidente Biden sobre se ele apoiaria Israel em um ataque às instalações petrolíferas do Irã.
Os preços do petróleo dispararam. O Brent superou os US$ 77 por barril, marcando a sequência mais longa de ganhos diários desde agosto, enquanto o WTI ultrapassou os US$ 73. Os investidores temem que, se Israel atacar ativos-chave iranianos, a República Islâmica reaja e intensifique o conflito, envolvendo mais países e potencialmente interrompendo os embarques globais de energia.
Isso deixou os índices de referência de ações dos EUA a caminho da primeira perda semanal em quatro semanas, enquanto o mundo aguarda uma resposta israelense ao ataque de mísseis do Irã. Aviões de guerra israelenses bombardearam Beirute durante a noite, depois que oito de seus soldados foram mortos no sul do Líbano em combates contra o Hezbollah. O medidor de medo de Wall Street, o VIX, retomou sua escalada, sinalizando que mais volatilidade nas ações está por vir.
No início da sessão, as ações apagaram brevemente as perdas após um relatório mostrar que o setor de serviços dos EUA em setembro se expandiu no ritmo mais rápido desde fevereiro de 2023. O índice de serviços do Institute for Supply Management saltou para 54,9, superando as estimativas. Leituras acima de 50 indicam expansão.
Outros dados mostraram que os pedidos de seguro-desemprego nos EUA subiram ligeiramente na semana passada para um nível consistente com um número limitado de demissões. Os pedidos contínuos, um indicador para o número de pessoas recebendo benefícios, permaneceram praticamente inalterados em 1,83 milhão na semana anterior, de acordo com os dados do Departamento do Trabalho divulgados na quinta-feira.
Juros
Os juros futuros subiram até 10 pontos-base nesta quinta-feira, em meio a uma forte aversão ao risco global. A possibilidade de Israel retaliar o ataque do Irã, bombardeando instalações petrolíferas, fez o preço do petróleo disparar, levando investidores a buscar ativos de proteção como o dólar e os títulos do governo americano. Dados positivos do setor de serviços nos EUA mantiveram a alta dos juros dos Treasuries, apesar da maior procura pelos papéis.
No Brasil, o clima fiscal permaneceu tenso devido à incerteza em relação ao quadro fiscal e questionamentos sobre a elevação do rating soberano pela Moody’s. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil precisa de um choque fiscal para manter juros baixos.
O resultado do Governo Central mostrou um déficit primário de R$ 22,4 bilhões em agosto, em linha com as expectativas. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacou a necessidade de eliminar ruídos que afetam a confiança no quadro fiscal. No fechamento, os principais DIs atingiram suas máximas do dia: Jan25 a 11,046%, Jan26 a 12,305%, Jan27 a 12,360%, Jan29 a 12,420%, Jan31 a 12,390% e Jan33 a 12,330%.
Ibovespa
O Ibovespa caiu 1,38% nesta quinta-feira, fechando aos 131.671,51 pontos, influenciado pelas tensões no Oriente Médio e preocupações com o risco fiscal no Brasil. O volume financeiro somou R$ 22,9 bilhões.
As petrolíferas foram destaque positivo devido à alta do petróleo: Petrorecôncavo (+1,83%, R$ 18,38), Petrobras ON (+1,35%, R$ 41,34), Petrobras PN (+1,23%, R$ 37,94), Brava Energia (+1,14%, R$ 17,75) e Prio (+1,11%, R$ 44,61). Outras altas incluíram Natura (+2,59%, R$ 14,63) e Ydus (+1,63%, R$ 9,37).
Por outro lado, a Vale caiu 1,92%, a R$ 62,94, mesmo após a elevação do rating pela Moody’s. Os principais bancos fecharam em baixa: Itaú (-2,46%, R$ 34,84), Santander (-2,30%, R$ 28,43), Bradesco PN (-1,05%, R$ 15,04), Bradesco ON (-0,97%, R$ 13,25) e Banco do Brasil (-0,92%, R$ 26,90). As maiores quedas do dia foram: Assaí (-5,73%, R$ 6,74), Azul (-4,81%, R$ 5,94) e Carrefour (-4,74%, R$ 8,64).