2 de outubro de 2024
ADP Mostra Resiliência do Trabalho
Os títulos do Tesouro caíram e o dólar subiu após números de empregos mais fortes do que o esperado reduzirem a confiança de Wall Street de que o próximo corte de juros do Federal Reserve será significativo.
Os rendimentos dos títulos de 10 anos fecharam próximos a 3,8%, após atingirem a mínima de 3,69% na sessão anterior, em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio. O dólar alcançou quase a máxima de duas semanas após a divulgação dos dados trabalhistas, enquanto os traders ponderavam a amplitude do próximo movimento do Fed.
Dados divulgados na quarta-feira mostraram que as empresas dos EUA adicionaram mais empregos do que o esperado no último mês, em contraste com outros indicadores que apontam para um mercado de trabalho em desaceleração. Os números do Payroll, que serão divulgados na sexta-feira, serão o próximo ponto crítico para avaliar a saúde da economia dos EUA.
Isso deixou as ações lutando para se recuperar do movimento de aversão ao risco de terça-feira, enquanto as atualizações do Oriente Médio desaceleravam. O S&P 500 encerrou o dia praticamente estável, enquanto o Nasdaq 100 subiu 0,1%, com os traders equilibrando os dados trabalhistas em meio às interrupções da greve dos trabalhadores portuários nos principais portos dos EUA e à destruição causada pelo Furacão Helene.
Os traders esperam que as tensões no Oriente Médio diminuam, assim como ocorreu em abril, mesmo após Israel prometer retaliar um ataque de mísseis do Irã. O presidente Joe Biden pediu a Israel que evitasse atacar as instalações nucleares do Irã. Os ganhos iniciais do petróleo foram reduzidos por um aumento inesperado nos estoques dos EUA, o que contrabalançou os efeitos do conflito. O petróleo WTI foi negociado em torno de US$ 71 por barril.
Juros
As taxas dos DIs encerraram em queda nesta quarta-feira, influenciadas pelo upgrade da nota de risco do Brasil pela Moody’s, de Ba2 para Ba1. A notícia amorteceu os efeitos do aumento dos retornos dos Treasuries, decorrente de dados positivos do mercado de trabalho nos EUA e da piora das tensões no Oriente Médio. No entanto, o impacto da decisão da Moody’s foi limitado por preocupações fiscais domésticas. No fechamento, as principais taxas recuaram, com o Jan26 a 12,205%, Jan27 a 12,255%, Jan29 a 12,340%, Jan31 a 12,340% e Jan33 a 12,290%.
Dólar
O dólar à vista caiu 0,35% nesta terça-feira, fechando a R$ 5,4448, refletindo o otimismo do mercado com a elevação do rating soberano do Brasil pela Moody’s. No entanto, a melhora foi limitada devido a preocupações com o cenário fiscal do país. No exterior, o dólar se fortaleceu após os dados de emprego do setor privado nos EUA superarem as expectativas, reforçando a perspectiva de um mercado de trabalho aquecido. O dólar futuro para novembro subiu 0,33%, para R$ 5,4630. O índice DXY avançou 0,42%, enquanto o euro caiu 0,17% e a libra recuou 0,12%.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,77%, aos 133.514,94 pontos, após alcançar uma alta firme de mais de 1% durante a sessão, influenciado pela elevação do rating do Brasil pela Moody’s. No entanto, os ganhos foram reduzidos perto do fechamento, devido à cautela dos investidores diante do conflito no Oriente Médio. O volume financeiro totalizou R$ 21,2 bilhões.
Destaques de ações:
- Blue Chips: Petrobras ON (+1,17%, R$ 40,79), Petrobras PN (+1,38%, R$ 37,48) e Vale (+0,55%, R$ 64,17).
- Bancos: Bradesco ON (+3,16%, R$ 13,38) e PN (+3,61%, R$ 15,20), influenciados pela compra de 20% do Grupo Santa pela Atlântica Hospitais. Santander (+1,89%, R$ 29,10), Itaú (+0,62%, R$ 35,72) e Banco do Brasil (+0,26%, R$ 27,15).
- Maiores altas: Grupo Pão de Açúcar (+7,25%, R$ 2,96), Azul (+4,87%, R$ 6,24) e Cyrela (+4,51%, R$ 21,54).
- Maiores baixas: Vamos Locação (-6,66%, R$ 6,03), Brava Energia (-2,28%, R$ 17,55) e Carrefour (-1,95%, R$ 9,07).